Toda pessoa vive diferentes fases em sua trajetória: infância, adolescência e vida adulta. Na carreira cristã ocorre o mesmo. Não é nenhum demérito dizer que alguém ainda é um menino espiritual; o problema é continuar nesse estágio e não prosseguir crescendo. Seria uma anomalia se um bebê, após quatro ou cinco anos, não apresentasse nenhum tipo de crescimento. No âmbito espiritual, nascemos de novo para crescer; todo ser vivo cresce até a maturidade. Quando um adulto se comporta como uma criança, sua atitude é considerada inadequada. É assim também nos níveis de crescimento espiritual. Um cristão maduro comportar-se como um menino na fé é algo que beira o ridículo.
Em Filipenses 4.8, Paulo nos mostra um caminho tremendo para a maturidade, tomando como ponto de partida a mente, já que ela comanda o corpo. Nesse verso, o apóstolo exalta a prática de virtudes. Para ele, são qualidades morais sempre relacionadas, como indicativos da obra regeneradora e transformadora do Espírito Santo na vida do cristão.
O inimigo está trabalhando de forma intensa na mente de cristãos superficiais, transformando-a em verdadeiro campo de batalha, fantasiando coisas e situações, tornando momentos simples do cotidiano de uma igreja em situações de conflito. Há muitos cristãos que se entristecem com facilidade, parece até que vão à igreja de “mente armada”. Observando a Igreja hoje, identificamos pelo menos três tipos de cristãos: os contenciosos, os coitadinhos e os que estão amadurecendo. É claro que mesmo estes últimos têm momentos de imaturidade, mas essa não é a regra, e sim a exceção.
Os contenciosos são críticos de palanque, têm quase sempre uma visão turva de situações simples, levam tudo para o lado pessoal, normalmente são radicais quanto ao comportamento de cristãos dentro da igreja, são intolerantes e não admitem que outros errem; isso os leva a uma vida de contendas. Em geral, os contenciosos são críticos de tudo e de todos, estão sempre à procura de erros, são movidos pelo ciúme, pela inveja, são fundamentalistas, principalmente no que diz respeito a suas convicções. Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa (Tg 3.16).
Os coitadinhos são aqueles que vivem exigindo atenção, entristecem-se com facilidade, culpam sempre os outros por sua prostração, permanecem desanimados e dependem de elogios. Não raramente escondem uma frustração por não serem bem-sucedidos em alguma área da vida; assim, quando não recebem a atenção que consideram necessárias, ficam pesarosos, não porque foram maltratados, e sim porque não foram exaltados. Querem que o mundo gire em torno de si, querem ser o centro das atenções.
Os que estão amadurecendo ou, como dizem os agricultores, “de vez” (digo assim porque acredito que todos estão sempre amadurecendo), não são supercrentes, e sim pessoas comuns que procuram aprender com os próprios erros e fazer de seus fracassos verdadeiros degraus para ir mais adiante ao crescimento em Cristo; procuram a todo custo crescer na graça e no conhecimento, dando ênfase às virtudes dos outros e às suas próprias.
Concluímos, em parte, que a maturidade não pode ser alcançada sem uma prática diária, que envolve aprendizado, reconhecimento de defeitos e o exercício de virtudes, para o fortalecimento do caráter cristão.
Temos aprendido que as pessoas têm defeitos que não temos; em contrapartida, temos defeitos que os outros não têm. O mesmo acontece com as virtudes, e é essa a beleza do evangelho, ou seja, nós nos completarmos. Veja o que disse certa vez o Pr. Silmar Coelho: “Somos anjos de uma asa só e precisamos abraçar-nos se quisermos voar”.
Aprendemos também que relacionamentos muitas vezes ferem, fracassos acontecem, mas não podemos viver presos a situações, temos de seguir adiante, pois somos coroa da criação de Deus. Nem sempre teremos a atenção que ansiamos, mas de uma coisa temos certeza: o Senhor não nos abandona um só momento. Ele depositou em nós um potencial tremendo, que precisa e deve ser usado em prol do Seu Reino. Maximize esse potencial, crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pe 3.18).
Que Deus abençoe a todos!
Ministro Carlos Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se alimentou? me faça feliz!
comente!