Recomeço, uma questão de Desafios (Neemias 3:14)
É interessante como as pessoas, muitas vezes preguiçosas, se apoiam na oração, utilizando-a como muletas, porque não querem trabalhar, se dedicar, correr atrás, principalmente das coisas que demandam maior esforço. Elas ficam acomodadas dizendo que estão em oração “esperando a vontade de Deus”.
Recomeçar é sempre difícil, ou no mínimo desafiador. Há situações de recomeço que são ainda piores, por exemplo, quando o indivíduo teve alguma experiência muito ruim sobre aquele assunto que ele até pretende recomeçar. A ideia não é encarar o recomeço como um bicho de sete cabeças, mas sim como um grande desafio que pode trazer grandes contribuições para a vida. É Isso que Neemias faz! Contudo, não o faz sem ponderar alguns passos relevantes.
1. Dedique-se à obra (Neemias 4:6)
“Nesse meio tempo fomos reconstruindo o muro, até que em toda a sua extensão chegamos à metade da sua altura, pois o povo estava totalmente dedicado ao trabalho.”
Sem dedicação não há recomeço, seja lá em que área for. Mesmo diante dos ataques, Neemias e seus homens não esmorecem. As afrontas, as provocações, têm como resposta muita seriedade, compromisso e dedicação. O povo não desiste; muito pelo contrário, ele se dedica de maneira tal que o muro, em toda a sua extensão, é construído pela metade.
Neemias juntamente com seus ajudantes estavam recomeçando uma grande obra. A probabilidade, portanto, de enfrentarem grandes desafios era previsível. Ninguém que se dispõe a realizar uma obra, ainda mais se esta é divina, ficará isento de grandes dificuldades. Estas, contudo, devem ser vistas apenas como um desafio a mais além da obra a ser efetuada, ou seja, a obra a ser desenvolvida é um desafio e as dificuldades, inerentes a ela, são outros.
Muitas vezes nós mesmos colocamos empecilhos para que não haja um recomeço; quando não, fazemos dos desafios barreiras intransponíveis. Os oponentes, por exemplo, são uma delas.
2. Saiba lidar com os oponentes (Neemias 4:1,2,8,11)
” … E os nossos inimigos diziam: antes que descubram qualquer coisa ou nos vejam, estaremos bem ali no meio deles; vamos matá-los e acabar com o trabalho deles”.
Era válida a tentativa de abrir o ataque com uma bagagem de palavras. É a arma, haja vista, mais antiga do inimigo, e na forma de ridicularização não precisa de munições baseadas nos fatos; nem sequer de argumento. Nesta ocasião, o ataque – “o que aqueles frágeis judeus estão fazendo?” – ofendeu a moral, contudo não a subverteu nem causou indecisão, apenas indignação, pois estava bem fundamentada (KIDNER: 1985, p. 22).
Via de regra um recomeço sempre traz consigo seus oponentes. Saber lidar com eles é, sem dúvida, um dos grandes desafios para quem deseja recomeçar algo na vida. A questão nem sempre é quem são seus opositores, mas sim como se lida com a sua oposição ferrenha. Não há uma receitinha básica para isso, porém o livro de Neemias oferece-nos algumas instruções, a saber, a dependência de Deus e a dedicação, como grandes ferramentas na luta contra a oposição. Veja:
3. Ore e aja (Neemias 4:9,13,14)
“Mas nós oramos ao nosso Deus e colocamos guardas de dia e de noite para nos proteger deles. Por isso posicionei alguns do povo atrás dos pontos mais baixos do muro, nos lugares abertos, divididos por famílias, armados de espadas, lanças e arcos …”
A declaração célebre: “…nós oramos ao nosso Deus e colocamos guardas…”, reflete com exatidão a fé de Neemias. A associação entre o céu e a terra, de confiança e de boa organização, é tomada por certo como sendo algo de normal e harmonioso; e a ordem de precedência entre eles não é mera formalidade; como se Neemias tivesse em mente a necessidade de orar e clamar a Deus pelo bom andamento do trabalho, sem todavia deixar de botar a mão na massa; nesse caso ter seus homens trabalhando e preparados para a batalha, caso fosse necessário.
É interessante como as pessoas, muitas vezes preguiçosas, se apoiam na oração, utilizando-a como muletas, porque não querem trabalhar, se dedicar, correr atrás, principalmente das coisas que demandam maior esforço. Elas ficam acomodadas dizendo que estão em oração “esperando a vontade de Deus”, uma justificativa espiritual para quem não quer enfrentar os desafios de um recomeço. Não que a oração deva ser ignorada, muito pelo contrário, todavia ela deve ser acompanhada de ação, isto é, preparação, trabalho e muita dedicação. É o que nos mostra o texto em questão.
Deus abençoe as nossas vidas e faça de nós pessoas que encaram os desafios da vida.
Ministro Carlos Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se alimentou? me faça feliz!
comente!